VINÍCIUS BRANDÃO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
A abertura do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a partir das 19 horas desta sexta-feira (15), brindará os espectadores com a exibição de quatro filmes que usam a memória cultural como tema.
Fechada para convidados, a sessão tem como destaques o curta-metragem de São Paulo Festejo muito pessoal e o longa carioca Não devore meu coração!. Além deles, haverá a exibição dos curtas Nelson filma e Quando Marcio virou estrela, feitos em homenagem a cineastas.
O primeiro tributo, de 1971, discute o cinema de Nelson Pereira dos Santos, enquanto o segundo, de 2017, aborda o brasiliense Marcio Curi, que morreu em novembro do ano passado.
Nelson Pereira dos Santos estará na cerimônia para receber também a medalha Paulo Emílio, criada na edição do ano passado do festival para reconhecer figuras importantes do cinema brasileiro.
O nome dado à honraria vem do crítico Paulo Emílio Salles Gomes, um dos fundadores do Festival de Brasília. Ele é também fonte para o filme Festejo muito pessoal, do diretor Carlos Adriano.
A produção é adaptada do último texto, com o mesmo título, escrito por Paulo Emílio, um estudioso de cinema.
Segundo Adriano, o curta-metragem trata da “perda da memória cultural cinematográfica e as formas poéticas de trabalhar um luto”. Também é uma forma de resistir a esse esquecimento.
Filme sobre Paulo Emílio trata da perda de memória cultural e formas poéticas de trabalhar um luto.
O longa-metragem Não devore meu coração! aborda a memória sob o viés da história do Brasil na guerra contra o Paraguai. É o primeiro filme do diretor Felipe Bragança em sete anos.
Desde 2012, Bragança fez viagens para Mato Grosso, estado retratado na história. “Buscava intimidade, entendimento e elementos para compor o roteiro final. O filme que eu desejava me pedia tempo, e não pressa.”
Antes da exibição em Brasília, o filme concorreu ao Urso de Cristal, em Berlim, e ao prêmio do grande júri no festival de Sundance, nos Estados Unidos. “Há detalhes, meandros e sutilezas narrativas que talvez só o público brasileiro possa sentir e perceber pela bagagem histórica que carregamos”, resume.
Na sexta (15) também começam as oficinas
O primeiro dia do festival também marcará o início de três oficinas gratuitas sobre produção audiovisual, em cinco encontros, de 15 a 19 de setembro. Elas ocorrerão em locais diferentes, mas no mesmo horário: das 14 às 18 horas.
No Espaço Cultural Intervenção Brasileira (QSB 12/13, Bloco B, Loja 5, Área Especial, em Taguatinga), Monica Palazzo dará a oficina sobre direção de arte para cinema. A aula é composta de exercícios práticos com base em músicas e situações sugeridas nas aulas.